11 de agosto de 2013

O pai e o pós parto

Hoje foi celebrado o Dia dos Pais em muitos lugares. Isto me rendeu inspiração para escrever sobre os pais e o pós parto, já que na nossa sociedade de famílias nucleares eles vivem intensamente esta fase com suas parceiras.

Como será, para um homem, de repente ver sua casa fora da ordem comum das coisas, sua companheira totalmente envolvida nos cuidados com outra pessoa, uma outra pessoa morando em sua casa... Pensando assim, não deve ser nada fácil, não é mesmo? Se você é pai recente e está se sentindo estranho com tudo isso, saiba que é muito comum! Mas... E agora, o que fazer?

A mulher que acabou de dar à luz se encontra numa fase muito especial: seu bebê acaba de nascer e precisa exclusivamente dela para sobreviver. É o que se chama de fusão - o bebê e a mãe precisam estar intimamente ligados. Além desta tarefa inicial, a mãe provavelmente esteja em processo de elaboração de como aconteceu o nascimento desse bebê, analisando quais eram seus desejos e expectativas e confrontando com o que aconteceu na realidade. Além disto, é frequente que a mulher tenha muitas dúvidas em relação aos cuidados com o bebê, outras tantas em relação à amamentação e que ela precise descansar e estar disponível para seu filho.

Dicas práticas:

  • esteja disponível para ouvir (pedidos, reclamações, lamentos, chateações) e para lhe dizer que compreende que ela esteja passando por tudo isso e que estará ao lado dela;
  • abrace-a, ofereça contato físico - se ela estiver amamentando o bebê, uma leve massagem nos ombros pode ser milagrosa;
  • se esforce para que o ambiente esteja minimamente controlado para que ela consiga se entregar a essa fusão - neste tópico entram muitos itens, como limpeza e arrumação da casa, alimentação, manter as visitas inconvenientes afastadas, evitar que palpites ou comentários desagradáveis cheguem à mãe;
  • participe das tarefas relacionadas aos cuidados com o bebê, trocando fraldas, ninando, acalmando, cuidando para que a mãe possa tomar um banho mais demorado;
  • garanta que ela esteja alimentada e hidratada, oferecendo água enquanto ela amamenta, cortando sua comida ou até mesmo dando de comer pra ela enquanto ela nina o bebê;
  • elogie-a no que for possível: certamente haverá algo de bom para ser notado diariamente e isso pode fazer toda diferença para uma mãe que ainda nem sabe direito como se portar diante de tamanha novidade.
Tenho certeza de que há muito mais que alguém possa fazer por uma mãe que acaba de dar à luz e não está nesta lista. E provavelmente sejam coisas muito simples de se fazer. Todo este trabalho de cuidar da mãe para que ela cuide do bebê é árduo, cansativo, demanda muito. A mãe precisa deste apoio para se sentir confiante e se tornar protagonista de seu papel materno. Certamente o apoio intenso e incondicional desde o início faz com que esta mulher se sinta confortável neste novo papel mais rápido. O pai ganha uma parceira segura, satisfeita e um bebê mais feliz! 

E você, tem mais dicas? Algo que alguém lhe fez e foi importante?

21 de junho de 2013

Do que uma mãe precisa?

Você tem alguma mulher ao seu redor que está prestes a dar à luz? Ou que teve bebê há poucos dias? Quer ajudar?

Coloco aqui algumas sugestões para que esta mulher esteja fortalecida e segura para assumir suas funções de mãe:

1. Incentive-a a descansar: dormir enquanto o bebê está dormindo, para que consiga produzir leite é importantíssimo. O descanso físico também é fundamental na recuperação pós-parto. Portanto, se puder ajudar levando comida e água a ela, deixando a casa dela um pouco em ordem... É uma ajuda e tanto!

2. Fale positivamente: elogie alguma coisa que ela estiver fazendo em relação ao bebê. Algo como "puxa, você troca fraldas muito bem!" ou "você é muito boa em acalmar seu bebê". Sempre haverá algo que essa nova mãe tenha habilidade e isso pode ser reforçado. Aumenta sua auto estima e faz com que ela se sinta mais segura deste novo papel.

3. Dê conselhos que forem solicitados: evite dizer à mãe como realizar as tarefas com seu bebê, a menos que ela peça opinião. Lembre que o papel de quem está próximo é reforçar a auto estima da mãe.

4. Esteja disponível a ouvir: pode ser que em algum momento esta mãe precise de colo, desabafar, dizer o que está sentindo. É importante para ela receber este acolhimento, saber que é normal passar por algum estranhamento e até um pouco de tristeza logo após o bebê nascer. Muitas vezes, esse acolhimento não requer nenhuma palavra, somente a companhia solidária.

5. Faça de tudo para que o bebê fique com a mãe mais tempo possível: provavelmente este bebê precise mamar muito, em intervalos pequenos. É uma fase de adaptação à nova realidade, onde ele precisa respirar, sente fome, frio e alguns desconfortos. Quanto mais este bebê tiver sua mãe disponível a lhe dar colo e peito, maior a chance deste vínculo se estabelecer de forma muito positiva para ambos. Além disto, a amamentação tem um papel hormonal na recuperação pós parto e na prevenção da depressão pós parto. Por maior que seja a vontade de estar com um bebê no colo, espere que a mãe lhe peça que segure ele.

6. Receba as visitas por ela: puerpério é fase de recolhimento, de reconhecimento entre mãe e bebê (agora fora da barriga), de estabelecimento de novos papéis (a filha que passa a ser mãe também). Claro que familiares e amigos estão muito felizes com a chegada de um novo habitante do planeta, mas é preciso respeitar este momento. É importante que a mãe não se sinta obrigada a receber visitas ou a entregar seu bebê a todos que quiserem. Se você está acompanhando esta mãe, assegure que ela tenha suas necessidades atendidas primeiramente, e procure receber as visitas por ela.

7. Faça companhia: pode ser que todo o trabalho da casa esteja feito, que a mãe esteja descansada e o bebê alimentado e dormindo. Então sente-se ao seu lado, bata um papo prazeroso sobre qualquer assunto irrelevante, deixe-a falar... Para a nova mãe, esta companhia pode fazer a diferença!

8. Arregace as mangas: faça o que estiver ao seu alcance por esta nova família. Se precisar abastecer a despensa, fazer o almoço, levar os cães pra passear... Faça! Aos poucos todos se ajustam à grande novidade de ter mais um morador na casa e tudo estará em ordem. Mas esta ajuda é algo que transmite muito amor e confiança a quem recebe.

E você, o que mais acrescentaria a esta lista?

23 de abril de 2013

O Hóspede

Imagine que você vai receber um hóspede. Apesar de ser esperado, você não sabe quase nada sobre ele. Nem sabe ao certo sobre quando exatamente deve chegar.
Mas aí, um belo dia, o seu hóspede chega. E se instala na sua casa. Ocupa pouco espaço, é verdade... Mas passa a determinar seus horários, depende totalmente de você pra sobreviver, se não está satisfeito: reclama e muito! E pra completar, não tem previsão de ir embora...

Não é pra causar espanto, mas o pós parto pode ser ilustrado mais ou menos desta forma. Sem falta de amor ou de ternura, sabemos que um bebê é algo que inspira cuidado e muito carinho, mas é normal um certo estranhamento no início. A mulher passa por uma transformação radical e não tem tempo pra se recolher sozinha e elaborar o acontecido. O que lhe resta é fazer todo este trabalho enquanto entende como lidar com a nova situação.

Por isso tudo, a família que se forma em torno do nascimento de um bebê - e principalmente a mulher que deu à luz - merecem todo tipo de apoio e compreensão livre de julgamentos e palpites. Apenas a disponibilidade para ajudar no que for pedido.

17 de abril de 2013

Vamos amamentar?

Para inspirar a amamentação, divido com vocês a letra de uma música infantil muito bonitinha que ouvi certa vez enquanto amamentava:

Mamalu (Bia Bedran)

Mamalu é mamãe de Lumama
E Lumama é filha de Mamalu
Eu não choro de manha, mamãe
Eu só quero mamar, mamãe
É o que me faz sonhar, mamãe
É meu sonho de criança, mamãe
É viver bem feliz, mamãe
Teu peito encostadinho, mamãe
Na pontinha do meu nariz!